Relato de Experiência - Rio 2016: minha experiência olímpica


Rio 2016: minha experiência olímpica

Nota do Editor: Imagem meramente ilustrativa. Fonte: brasil2016.gov.br, CC BY 3.0 BR, via Wikimedia Commons


Rio 2016: minha experiência olímpica (a)

Moacyr da Rocha Freitas “Pestana” Editor Associado de OLYMPIKA MAGAZINE

Palavras-chave: olimpíadas, jogos olímpicos, Rio 2016, natação

ARK
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RESUMO

O objetivo deste relato é compartilhar minha experiência na competição de Natação dos Jogos Olímpicos Rio 2016; desde como consegui a oportunidade, passando pelas mais diversas situações antes, durante e após a competição, até o aprendizado e legado que estar em um megaevento esportivo trouxe para minha vida pessoal e profissional.

INTRODUÇÃO

Em abril de 2016 estava assistindo à transmissão do Troféu José Finkel que, além de classificar os representantes da natação brasileira, era evento-teste para a Natação dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Surpresa: Cesar Cielo não se classifica! Toda imprensa vai para cima do Cielo, quando vejo o Prof. Cezar Bolzan tirando-o do meio daquela confusão. Cabe aqui um parêntesis. Conheci o Prof. Bolzan em 1999, quando fui seu aluno do curso de Pós-Graduação em Natação da FMU; posteriormente, quando fui Coordenador do Depto. de Pós-Graduação e Extensão em Educação Física da FMU (de 2000 a 2013), nos reencontrávamos quando ele vinha ministrar suas aulas.

A partir deste momento começa minha experiência olímpica!

Entrei em contato com o Prof. Bolzan e perguntei qual a possibilidade de eu trabalhar nos Jogos Olímpicos Rio 2016; mas não como voluntário. Ele ficou de conversar com o Ricardo Prado, CEO dos Esportes Aquáticos e com o Prof. Eduardo Gayotto, Sport Manager da Natação. Alguns dias depois ele retornou dizendo que havia uma vaga de Coordenador de Equipamentos Esportivos SW e perguntou se eu aceitava. Claro que aceitei! Então foi marcada uma entrevista, via Skype, com o Prof. Eduardo Gayotto, Karen Casalini e, posteriormente, com Ricardo Prado. Dias depois recebi a notícia que deveria estar no Rio de Janeiro no dia 14 de junho.

Cheguei no Rio de Janeiro e me encontrei com o Prof. Bolzan. Em seguida fomos para o Parque Olímpico, onde fui recebido pelo Gayotto, Karen e, posteriormente, pelo Ricardo Prado.

A EXPERIÊNCIA

Dia 15 de junho, fui contratado pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 como Coordenador de Equipamentos Esportivos SW (Swimming). Sim, registrado na CPTS – Carteira de Trabalho por Tempo de Serviço.

As minhas atribuições eram, de forma geral:

  • Responsável por todos os equipamentos utilizados na instalação e que tenham relação direta com o treinamento e a competição esportiva.
  • Briefing com Equipe OAS – Olympic Aquatic Stadium.
  • Checkout Geral das tarefas do dia.
  • Organizar materiais para cada etapa.
  • Força de Trabalho – equipe de voluntários.
  • Fazer checkout após cada etapa.
  • Debriefing com Equipe OAS. Também era responsável pelo depósito e guarda de equipamentos:
  • Organização, limpeza, funcionamento dos equipamentos.
  • Colocação, retirada ou reposição de raias (quando necessário).
  • Garantir a conservação de materiais retirados até devolução.
  • Gelo, água, isotônicos e toalhas: FOP – Field of Play (local da competição), Warmup Pool, Call Room (sala de balizamento) e Mixed Zone (Imprensa televisiva, rádios e jornais).
  • Colocação retirada das Bandeirolas (Nados Costas e Medley), Placas de Treino e Cronômetros de Borda. Além das listadas acima, durante a competições e, em cada etapa, as mais importantes eram:
  • Reunir a equipe de voluntários para as tarefas da etapa.
  • Organizar materiais e Sala de Balizamento (Call Room).
  • Distribuição de gelo, água, isotônicos e toalhas: FOP – Field of Play (local da competição), Warmup Pool e Mixed Zone (Press).
  • Colocação e retirada das Bandeirolas (Nados Costas e Medley).
  • No aquecimento: Placas de orientação de Treino e Cronômetros de Borda.
  • Limpeza geral da Piscina após cada etapa de aquecimento e competição.

O Parque Olímpico foi construído no bairro de Jacarepaguá, onde anteriormente existia o Autódromo Nelson Piquet. Além do OAS – Olympic Aquatic Stadium (https://en.wikipedia.org/wiki/Olympic_Aquatics_Stadium) (1), faziam parte as instalações: Velódromo; Arenas 1, 2 e 3 (Ginástica Artística, Judô, Basquetebol); Arena Handebol, que veio dos Jogos Londres 2012; Arena Tênis; Centro de Imprensa; FestFan - área com transmissão de várias modalidades, além de shows e outras atrações culturais. Anexo ao Parque Olímpico, o Parque Aquático Maria Lenk, construído para os Jogos Panamericanos 2007, foi palco das competições de Saltos e das fases eliminatórias do Polo Aquático e Nado Artístico. A competição de Natação e, posteriormente, as semifinais e finais do Polo Aquático e Nado Artístico foram realizadas no OAS.

Cada instalação do Rio 2016 segue uma organização estabelecida pelo COI – Comitê Olímpico Internacional (https://olympics.com) (2) e, de acordo com as características da modalidade, estabelecidas pela respectiva federação internacional, no caso da Natação, a FINA – Federação Internacional de Natação, atualmente, World Aquatics (https://www.worldaquatics.com) (3).

A Natação tinha a seguinte organização (siglas em inglês):

ACR – Credenciamento
CAW - Limpeza e Lixo
DOP – Controle de Dopagem
FAB - Serviços de Alimentação
LOG – Logística
MED - Serviços Médicos
SEC – Segurança
SCO – Competição Esportiva
SPR – Apresentação do Esporte (Locução)
TRA – Transporte
VCC – Comunicação da instalação
VEM – Gerenciamento da instalação
WKF – Força de Trabalho

Pela diversidade de serviços, pode-se observar a quantidade de pessoas e profissões envolvidas. Não só profissionais da Educação Física, mas gestores, médicos, engenheiros, nutricionistas etc... Resumindo, os Jogos Olímpicos oferecem oportunidades para todos.

AS PISCINAS


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 1. OAS – Olympic Aquatic Stadium ao fundo


Um grande canteiro de obras! Esta foi minha primeira impressão ao chegar no OAS. Tudo em obras. Piscinas de competição e de aquecimento sendo montadas, equipes da Omega (https://www.omegatiming.com) (4) montando os equipamentos de cronometragem; equipes da Panasonic (https://holdings.panasonic/global/olympic.html) (5) instalando monitores e placares eletrônicos gigantescos; OBS – Olympic Broadcasting Services (https://www.obs.tv/home) (6), testando câmeras dos mais diversos tipos e modelos. Para a Natação do Rio 2016 foram construídas quatro piscinas: uma no OAS (de competição); duas no Training Camp, localizadas em frente à Vila Olímpica, no espaço do Rock’n’Rio; e uma em Marechal Deodoro, nas instalações do Exército, para a competição do Decatlo Moderno. No OAS, a Warmup Pool, piscina de aquecimento, onde as delegações ficavam, já existia a escavação, sendo finalizada com manta de vinil e os demais equipamentos.

Uma curiosidade sobre as piscinas é que todas são montadas. Parece “Lego”! A estrutura é espetacular. Imagine construir e tratar uma (uma não, cinco!) piscina(s) olímpica(s) de 50m comprimento x 26m de largura (10 raias de 2,50m + 2 raias de 0,50m – “raia morta”) x 3m de profundidade...

O que chamou minha atenção em todas as piscinas foi a associação das empresas Myrtha Pools (Itália) (https://www.myrthapools.com/pt/) (7), responsável pela montagem e tratamento; a Malmstein (Suécia) (https://malmsten.com/en) (8), a mesma dos famosos óculos de natação suecos, responsável pelas raias; e, a Omega (Suíça) (https://www.omegatiming.com) (9), responsável por todo o sistema de cronometragem oficial, com instalação das passarelas onde ficam os blocos de partida e as placas. Tudo seguindo as especificações técnicas da FINA – Federação Internacional de Natação; atualmente, World Aquatics (https://www.worldaquatics.com) (3) e em sincronia com a OBS para a transmissão e informações para todo o mundo. Trabalhei de perto com elas. A sincronia foi muito importante para o sucesso da Natação no Rio 2016.


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Figura 2. FOP – Field of Play (Piscina de Competição)


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 3. Warmup Pool (Piscina de Aquecimento)


Outra coisa que chamou minha atenção foram os equipamentos de transmissão e toda a logística de operação. As transmissões de todas as modalidades durante a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 ficaram a cargo da OBS. Nada tira a emoção de estar in loco vendo os melhores do mundo; mas os Jogos Olímpicos, atualmente, são feitos para a televisão ou outras plataformas. São várias modalidades sendo transmitidas simultaneamente “ao vivo”; algo impossível quando se está no local das competições.

Como em todos os Jogos Olímpicos, os equipamentos são de “última geração”. Não foi diferente no Rio 2016. Já houve evolução dos equipamentos para Tokyo 2020, realizados em 2021 por conta da pandemia da COVID-19 e, não será diferente em Paris 2024. Só na expectativa para ver o que vem...

Nas semanas que antecederam à competição da Natação houve intensa movimentação para a instalação dos telões, câmeras ao lado da piscina, “spidercam” – câmera presa por vários cabos de aço presas nas estruturas do OAS e câmeras subaquáticas.


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 4. Câmeras de transmissão


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Figura 5. SpiderCam


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Figura 6. SpiderCam2


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 7. Câmeras Subaquáticas


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 8. Telão – imagens e resultados


No período de 21 de julho à 05 de agosto, data da abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, as piscinas estavam liberadas para treinamento.

A chegada da delegação dos Estados Unidos no OAS merece destaque. Alguns nadadores estavam na água, outros fazendo ativação e eu e minha equipe de voluntários cuidando do abastecimento de água e energético, bandeirolas, cronômetros de borda, quando, de repente, entra a delegação dos Estados Unidos, capitaneada por Michael Phelps e Katie Ledecky. Foi um momento único. Todo mundo (literalmente!) parou o que estava fazendo! Ao entrarem no OAS e olharem a piscina e a estrutura, todas as nadadoras disseram “Oh my God!” e os nadadores “What a F...!”. Os técnicos fizeram alguns comentários entre eles. Após a primeira impressão, a equipe se reuniu próximo à cabeceira da piscina e ficou por ali alguns minutos. Observei que Bob Bowman, Head Coach da equipe, falava com o grupo; em seguida Michael Phelps tomou a palavra. De repente ouve-se “USA”! O som ecoou por todo OAS. Pensei comigo: “Vão levar tudo...” Mas minha previsão falhou. Nadadores de diversos países se destacaram. O que foi muito bom para a competição e para a Natação.

A COMPETIÇÃO DE NATAÇÃO

As provas da natação aconteceram no período de 06 a 13 de agosto de 2016, com eliminatórias das 13:00 às 15:30 e semifinais e finais, das 22:00 às 01:30. Tudo absolutamente cronometrado. O anúncio da prova, a apresentação e a entrada de cada nadador, a autorização do árbitro geral para a prova, a saída, o desenvolvimento da prova, a chegada, a saída dos nadadores da piscina, o cerimonial de premiação, colocar/retirar as bandeirolas de acordo com a prova, Como comentado acima, tudo é feito para a televisão, uma vez que a transmissão era ao vivo e no horário nobre dos Estados Unidos. A prioridade da imprensa era da OBS, da TV Globo, detentora dos direitos de transmissão no Brasil, e da TV japonesa, sede dos próximos jogos. No caso de Paris 2024, a prioridade será da OBS, da TV francesa e da TV americana detentora dos direitos de imagem para Los Angeles 2028.

No período pré-jogos as piscinas de aquecimento e de competição ficavam liberadas das 16:00 às 24:00. No período de competição, a piscina principal era liberada apenas para quem fosse competir na etapa (eliminatória ou semifinal/final). As piscinas localizadas no Training Camp ficavam à disposição das 08:00 às 22:00.

Muita emoção nas disputas ao longo dos oito dias da competição da Natação Rio 2016. Desempenhos como Katinka Hosszu (HUN), Katie Ledackie (EUA) as irmãs McEon (AUS), Yang Sun (CHI), os revezamentos e, claro: Michael Phelps! Após anunciar sua aposentadoria, voltou e conquistou mais 5 medalhas de ouro!

Uma das provas mais esperadas era os 100m Borboleta masculino (https://www.youtube.com/watch?v=w4E5mqGnzIc) (10), com Michael Phelps (EUA), Chad Le Clos (RSA) e Lazlo Cesh (Hun) classificados, com pequeno favoritismo para Phelps. Para surpresa do mundo (nestas palavras!), Joseph Schooling (SIN), que treinava nos EUA, ganha a prova com 50seg39, novo recorde olímpico! Os nadadores olham para o placar eletrônico e não acreditam no que vêem! Phelps (EUA), Le Clos (RSA) e Cesh (HUN) em segundo com o tempo de 51seg14.

Uma das novidades tecnológicas apresentadas eram 3 leds nas laterais dos blocos de saídas. Ao final de cada prova, quando um acendia, significava 1o lugar; quando dois acendiam, 2o lugar; e, três acesos, 3o lugar.


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 9. Bloco de Saídas – destaque leds


Só que nos blocos dos três nadadores duas luzes ficaram acesas! O responsável pela Omega, correu para verificar os blocos de saídas. Tudo certo. Após minutos de espera (alguém se lembra do drama que o Gustavo Borges passou em Barcelona 1992?) foi oficialmente anunciado o resultado: Schooling em 1o lugar e, Phelps, Le Clos e Cesh em 2o lugar. A diferença do resultado estaria nos milésimos de segundo; porém a regra determinava que o resultado deveria ser em centésimos de segundo.


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 10. Premiação 100m Borboleta masculino


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 11. Hasteamento bandeiras - premiação 100m Borboleta masculino


A Segurança merece um destaque à parte, uma vez que um evento como os Jogos Olímpicos atraem todo tipo de ameaça e atentados. Desde a montagem das instalações esportivas, passando pela entrada e deslocamento das pessoas em toda a cidade do Rio de Janeiro e durante as competições, a preocupação da segurança foi total. Quatro vezes por dia, tínhamos reuniões com a equipe de segurança da OAS; além de simulações de evacuação em caso de emergência.

Quando ao final de cada edição dos Jogos Olímpicos, além dos agradecimentos protocolares, o presidente do COI, faz um agradecimento especial aos voluntários. É, de fato, algo diferente. Eles estão em todos os lugares! Recebendo e orientando as pessoas nos aeroportos, nas instalações esportivas, nas ruas, nas estações de metrô, nos espaços culturais espalhados pela cidade etc. Sem a participação ativa dos voluntários os Jogos Olímpicos não aconteceriam.

Após oito anos ainda não consigo descrever a emoção de ter vivido momentos tão intensos. Muita coisa aconteceu durante os dois meses em que trabalhei na organização da Natação Rio 2016. Noites sem dormir, trabalho em equipe, montagem e desmontagem das raias; ensaios e reuniões infindáveis; o privilégio de estar em um lugar em que muitos gostariam de estar e a energia do ambiente. De vez em quando vem à memória alguma situação vivida. Como eterna recordação tenho uma foto com Michael Phelps, o maior atleta olímpico de todos os tempos.


Rio 2016: minha experiência olímpica

Figura 12. Eu e Michael Phelps


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sonho de todo profissional que trabalha com treinamento de uma modalidade esportiva é estar nos Jogos Olímpicos. Como técnico e, até por trabalhar na base, seria um sonho distante; mas, trabalhar na organização da competição de Natação dos Jogos Olímpicos Rio 2016 para mim, acredite, foi melhor do que ter um nadador apenas com índice de participação; pois tive a oportunidade de conhecer (e aprender muito) sobre os bastidores de um mega evento e o que é necessário para que um evento desta magnitude aconteça. A quantidade de entidades e pessoas envolvidas trabalhando na mesma sinergia para que tudo saísse perfeito foram uma lição de profissionalismo e de vida para mim.

Como legado de minha participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016 gostaria de deixar algumas reflexões:

  • A importância do trabalho em equipe
  • Liderar pelo exemplo.
  • Aprender outra língua: inglês, francês, espanhol, alemão, japonês...
  • Ser educado e cordial com todas as pessoas.
  • Respeitar o ambiente de trabalho; seu e do(s) outro(s).

Os valores olímpicos são pautados pela Amizade, Respeito e Excelência. E o lema olímpico: Citius, Altius, Fortius; após Tokyo 2020, atualizado para: Citius, Altius, Fortius – Communiter: Mais Rápidos, Mais Altos, Mais Fortes – Juntos, são minha filosofia de vida.

AGRADECIMENTOS

Meus eternos agradecimentos a Cezar Bolzan, Ricardo Prado, Eduardo Gayotto e Karen Casalini pela oportunidade de fazer parte do seleto grupo de coordenadores da organização da Natação dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

REFERÊNCIAS

(1) Olympic Aquatics Stadium [Internet]. Wikipedia. 2021. Available from: https://en.wikipedia.org/wiki/Olympic_Aquatics_Stadium ‌ ‌

(2) Olympics | Olympic Games, Medals, Results & Latest News [Internet]. Olympic Channel. Available from: https://olympics.com ‌

(3) World Aquatics [Internet]. World Aquatics. Available from: https://www.worldaquatics.com ‌

(4) OMEGA Sports Live Timekeeping, Official Olympics Games Timekeeper [Internet]. www.omegatiming.com. [cited 2024 May 13]. Available from: https://www.omegatiming.com ‌

(5) Panasonic Official Olympic & Paralympic Website| Panasonic Holdings [Internet]. holdings.panasonic. [cited 2024 May 13]. Available from: https://holdings.panasonic/global/olympic.html ‌

(6) Olympic Broadcasting Services [Internet]. www.obs.tv. Available from: https://www.obs.tv/home ‌

(7) Construtores de piscinas comerciais de aço inoxidável [Internet]. Myrtha Pools. [cited 2024 May 13]. Available from: https://www.myrthapools.com/pt/ ‌

(8) Start | Malmsten.com [Internet]. malmsten.com. [cited 2024 May 13]. Available from: https://malmsten.com/en ‌

(9) OMEGA Sports Live Timekeeping, Official Olympics Games Timekeeper [Internet]. www.omegatiming.com. Available from: https://www.omegatiming.com ‌

(10) Men’s 100m Butterfly Final | Rio 2016 Replay [Internet]. www.youtube.com. Available from: https://www.youtube.com/watch?v=w4E5mqGnzIc ‌

NOTAS


(a)FOTOS DO ARTIGO (exceto quando indicado de outra forma): © Moacyr da Rocha Freitas.


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